Para o bem da democracia, os dois principais concorrentes ao Palácio do Planalto estarão juntos no debate presidencial promovido pela Rede Bandeirantes de Televisão, que ocorrerá amanhã, domingo, dia 28. Ambos haviam demonstrado algum grau de incerteza em relação ao assunto. Em princípio, Lula confirmou sua presença, mas sua assesoria informou que ele poderia mudar de ideia consoante a posição de Jair Bolsonaro. Em relação a Jair Bolsonaro, o grau de incerteza foi ainda maior, gerando uma grande confusão em torno do assunto. No dia de ontem, porém, depois de uma entrevista concedida a rádio Jovem Pan, ele acabou admitindo que deverá ir ao debate, embora saiba que será massacrado.
Não é improvável - por razões óbvias - que o seu prognóstico se materialize, em razão de que todos os demais concorrentes desejarem tirar uma casquinha do atual governante. É natural que ele seja a vidraça. Como ele vem melhorando seus escores nas pesquisas de intenção de voto, sua assessoria política chegou a considerar a possibilidade de ele não comparecer ao debate, o que signficaria, convenhamos, um desserviço à democracia. Felizmente, o problema está sanado e ele já teria as perguntas prontas para dirigir aos seus oponentes.
Não é incomum que nos debates se estabeleçam algumas alianças pontuais, como um candidato que deixa de fazer perguntas embaraçosas a um concorrente que ele possa a vir apoiar num eventual segundo turno, assim como o principal concorrente escolher um candidato sem chances, apenas para não dar ibope a um concorrente real. Lula, por exemplo, deve fazer uma média ponderada com Ciro Gomes, do PDT, mas convém tomar as precauções necessárias com uma pessoa tão bem-preparada. Os debates, como se sabe, para evitar eventuais confrontos diretos e mais incisivos entre os candidatos, criaram regras que acabaram por engessar o processo. Não conseguiram criar regras que conjugassem a disciplina e a moderação entre eles e o entusiasmo dos embates diretos. Infelizmente. Mas vamos ao debates, que se constituem num grande auxílio para o eleitor fazer suas escolhas de forma mais consistente.
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