Editorial: A resiliência de Lula nas pesquisas de intenção de voto

As pesquisas de intenção de voto, realizadas pelo IPEC - Instituto constituído por ex-executivos do IBOPE -, divulgadas ontem pelo Jornal Nacional, tornou-se o assunto mais comentado da crônica política no dia de hoje, 16\08. Supera até mesmo as expectativas em torno da posse do Ministro Alexandre de Moraes no STE,que, na presidêndia daquela Corte, será uma espécie de xerife das próximas eleições de outubro. Mais adiante, em editorial específico, voltaremos a tratar deste assunto. 

Esta semana, aliás, teremos uma profusão de pesquisas tratando das intenções de voto entre os candidatos que concorrem na quadra presidencial e de alguns Estados da Federação. Entre as mais aguardadas, uma do Datafolha, prevista para sair na quinta-feira, e uma do Instituto Quaest\Genial, que, apesar da atuação recente no ramo, vem conquistando grande credibilidade no mercado. Nas Sagradas Escrituras existiu um personagem que se tornaria um grande exemplo de resiliência, conhecido como Jó. Jó resistiu, com perseverânça - como preferem os evangélicos - até às últimas consequências. 

Nas leituras da área de Psicologia, a resiliência tornou-se um atributo humano bastante valorizado. Entre os atores políticos brasileiros, hoje, um dos exemplos mais bem acabados de resiliência é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula amargou inúmeras condenações, perdeu parentes, cumpriu 580 dias de prisão nos cárceres da Polícia Federal e ainda viu revogado seus direitos políticos. Depois, teve a prisão relaxada, restituiu seus direitos políticos, as suas condenações foram anuladas pela ausência do respeito ao devido processo legal e\ou da isenção necessária,e, hoje, lidera a corrida para voltar a ocupar a cadeira que já foi sua no Palácio do Planalto. É a resiliência de Jó em pessoa. 

Depois da manobra agressiva do adversário - e até certo ponto irresponsável no que concerne ao equilíbrio das contas públicas -  sua campanha enfrenta um momento difícil, mas menos difícil do que gostaria os seus adversários. Na pesquisa divulgada no dia de ontem, do IPEC, ele ainda mantém 12 pontos de diferença em relação a Jair Bolsonaro, seu principal opositor. É certo que a campanha de Jair Bolsonaro pode contar alguma vitória, pois é inegável que conseguiram alguns êxitos na tentativa de se aproximar do petista, mas também é certo que Lula ainda permanece no olimpo, o que não seria o que eles desejavam.