pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Economia e respeito à democracia. Qual dessas variáveis terá um peso maior nas eleições brasileiras?
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quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Editorial: Economia e respeito à democracia. Qual dessas variáveis terá um peso maior nas eleições brasileiras?




Nove em cada 10 cientistas políticos estão se rendendo ao óbvio, ou seja, admitem que as eleições presidenciais de outubro irão mesmo para um segundo turno e que a razão para isso está mesmo nos indicadores da economia, mesmo que melhorados através de remédios duvidosos, como a adoção de um pacote de medidas extremamente danosas no tocante às contas públicas, traduzidos na PEC das Bondades. O fato concreto é que as consequências disso pouco importa para os milhões de beneficiários que contarão com este aporte financeiro para suportar o tenebroso inverno produzido pela inflação e pela ausência de uma oportunidade de emprego. 

Não é brincadeira que um pãozinho francês tenha chegado a quase um real, uma caixa de leite longa vida a R$10,00 e uma lata de óleo de soja a R$ 15,00. A estimativa é que, somente com o Auxílio Brasil, 90 milhões de brasileiros e brasileiras sejam beneficiados, com direito, inclusive, a fazer um empréstimo consignado na rede bancário, com valores de R$2.600,00. Sem falar no Vale-Gás e no Voucher para os caminhoeiros, no valor de R$500,00. Apenas o anúncio dessas medidas já teria sido suficientes para melhorar o humor dos eleitores em relação ao Presidente da República, Jair Bolsonaro, que concorre à reeleição. 

Isoladamnte, os rumos da política econômica é uma viriável determinante num projeto de reeleição. Parafraseando o economista Roberto Campos, o bolso é a parte não apenas mais sensível do ser humano, mas também ao eleitor. Curioso que, num eventual segundo turno entre Lula e Jair Bolsonaro, de acordo com essas mesmas pesquisas que apontam uma aproximação entre ambos no primeiro turno das eleições, o petista ainda conserva uma ligeira dianteira. O que estaria pesando contra Jair Bolsonaro neste segundo momento? Seria só uma questão de tempo para mudar esses escores? Ou isso não mudaria porque, num segundo momento, a preservação das instituições da democracia estaria inclinando o voto do eleitor? Já que a nossa sociedade civil está mobilizada na defesa da democracia - através de atos e manifestos - vai aqui uma sugestão para os institutos de pesquisa: averiguar, até que ponto, o desprezo pela democracia exerce uma influência num projeto de reeleição. Ou isso não tem nada a ver e o fenômeno da dianteira de Lula num eventual segundo turno se daria simplesmente pela migração de votos dos outros candidatos, a exemplo dos eleitores de Ciro Gomes, por exemplo. Sabe-se, entretanto, que essa pregação de negacionismo democrático não deve fazer bem à saúde eleitoral de quem objetiva um projeto de reeleição.

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