Crédito: Mauro Pimentel\AFP |
A ambição política e os interesses de grupos nem sempre contribuem para a união em prol de projetos coletivos mais consistente, de corte republicano. Até recentemente, o PDT rompeu uma aliança política com o PT, no Estado do Ceará, que já durava 16 anos, responsável por desbancar oligarquais carcomidas do Palácio da Abolição e não permitir que grupelhos proto-fascistas ditassem os rumos da política naquele Estado. Havia um consenso de que o nome que deveria dar continuidade ao projeto seria o da vice-governadora, Izolda Cela, até então filiada ao PDT, confiável, competente e muito bem avaliada pela população.Sua eleição era tida como certa.
Infelizmente, o diretório estadual do PDT, com forte influência dos caciques da legenda, optaram por um outro nome, o que facilita a vida do candidato oposicionista, ligado ao bolsonarismo, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto. Agora, é o caso do Rio de Janeiro, onde havia um acordo - mais do que acordado - entre o PT e o PSB, com reflexos nos padrões de alianças entre os duas legendas no plano nacional. Marcelo Freixo filiou-se ao PSB para ser o candidato do partido ao Governo do Estado, apoiado pelo PT, que indicaria o candidato ao Senado Federal na chapa.
Arranjos políticos locais contribuíram para melar o acordo. O diretório do PSB no Estado resolveu, à revelia do acordo assumido, lançar o nome de Molon para o Senado Federal. Lideranças petista nacionais exerceram todas as negociações possíveis para que o acordo fosse respeitado. Inclusive o próprio Lula entrou no circuito, pedindo a intervenção da Executiva Nacional do PSB no caso. A diplomacia não conseguiu reverter a situação e o PT resolveu romper com o PSB, criando uma situação política hoje confusa, onde as forças do campo progressista agora precisam encontrar uma alternativa para o palanque de Lula no Estado.
Em meio a este turbilhão de vaidades e interesses pessoais, a situação ganha espaço e já recupera alguns pontinhos preciosos em seu reduto político tradicional. Louve-se aqui a lealdade e a dignidade do candidato Marcelo Freixo, que não poucou esforços para que o acordo fosse mantido, recebendo o reconhecimento do PT na carta de rompimento político. Há uma possibilidade de desdobramentos desse racha, com reflexos, inclusive, no Estado de Pernambuco, onde o PT administra uma aliança com inúmeros problemas com o PSB.
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